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As fintechs desempenham um papel transformador na economia da América Latina como um todo. Atualmente, existem mais de 2.700 fintechs na região (conforme gráfico abaixo), e mais da metade delas está localizada no Brasil. Desde a ascensão da internet nos anos 90 e, especialmente a partir de 2010, com a digitalização dos bancos, criou-se um ambiente fértil para o surgimento das fintechs. Nesse contexto, seu papel tem sido o de agente catalisador de crescimento.
Além disso, o contexto socioeconômico do Brasil ainda apresenta uma parcela significativa de pessoas desbancarizadas e desassistidas pelas instituições financeiras tradicionais. Consequentemente, isso cria um leque de oportunidades para modelos de negócios inovadores e disruptivos – é aí que entram as fintechs!
Para ser breve e objetivo, as fintechs são, essencialmente, empresas inovadoras que combinam tecnologia com finanças, daí a origem do termo. Por exemplo, um caso simples é o Nubank. Seu modelo de negócio seria inviável algumas décadas atrás. De acordo com o banco, o diferencial em relação aos concorrentes se dá por: agilidade tecnológica, análise de dados em larga escala, gestão de risco customizada, inovação e altos níveis de satisfação. Tudo isso só é possível graças ao ambiente atual de inovação.
Além disso, outra inovação disruptiva atual é o conceito de relacionamento bancário entre empresas e bancos, chamado de BRM (Bank Relationship Management). Esse conceito compila todos os dados e documentos das empresas, organiza essas informações em uma plataforma digital e prepara, de modo claro, a mensagem e a linguagem que as instituições financeiras entendam. Dessa forma, beneficia as empresas na busca por linhas de crédito mais acessíveis e estreita o relacionamento com as instituições financeiras.
Se analisarmos a América Latina como um todo, em número de fintechs, o Brasil concentra aproximadamente 60% (vide gráfico abaixo). Isso demonstra o quão significativo o Brasil é em termos de inovação na área e, além disso, o quanto esse cenário impacta a economia de forma geral.
Para ilustrar o impacto financeiro no país, podemos pegar um dado da América Latina e estratificá-lo para o Brasil. Conforme os dados abaixo, em apenas 10 anos, as fintechs já levantaram em torno de 16 bilhões de dólares. Considerando que grande parte desse montante foi alocado no Brasil, é possível inferir o quanto isso influenciou o desenvolvimento da indústria financeira de maneira abrangente.
Uma pergunta natural que você deve estar se fazendo agora é: por que o Brasil? De imediato, a resposta para essa pergunta é relativamente óbvia. O Brasil é o país com o maior componente econômico da região, além de possuir um cluster de inovação – principalmente em São Paulo –, uma infraestrutura bancária muito avançada, a maior população da América Central e do Sul, e, por fim, uma parcela significativa da população é desbancarizada. Consequentemente, isso torna o terreno extremamente fértil para fintechs e empresas afins.
Além disso, outro ponto importante a se mencionar é como o Brasil se posiciona em relação às fintechs no quesito de segurança necessário para operar no país. O Brasil apresenta grandes desafios nessa área devido à quantidade de riscos cibernéticos, como golpes variados e hackers que estão constantemente tentando burlar as regras. Portanto, isso implica um fator extra de atenção para as empresas de tecnologia e representa, ao mesmo tempo, um terreno de oportunidades de inovação na área de criptografia e segurança.
Conforme já mencionado, o Brasil é um player estratégico para as fintechs, especialmente agora, com inovações como o PIX (liderado pelo BACEN) e o open finance nos bancos. Além disso, outro fator importante em ascensão é a inteligência artificial e como ela causará uma nova onda de inovação e disrupção em diversas indústrias, incluindo as fintechs.
Quando consideramos a América Latina como um todo, não há país melhor posicionado estrategicamente para esse segmento. Com uma população robusta, heterogeneidade geográfica e cultural, e uma economia aquecida, o Brasil se destaca. Entretanto, alguns fatores que podem representar desafios são a complexidade tributária e o cenário político, mas, ainda assim, esses não devem impedir o desenvolvimento do setor.
Atualmente, as fintechs já contribuem significativamente para o desenvolvimento do país e, no futuro, terão um impacto ainda maior. Este é um segmento que passará por muitas mudanças, contudo, não deixará de existir, visto que a base e o desenvolvimento tecnológico estão em plena expansão.
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