Hoje, o mundo está muito mais interconectado do que há alguns anos ou décadas. Essa conectividade, por sua vez, traz uma série de benefícios para os países, suas economias e, consequentemente, para suas empresas...
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Hoje, o mundo está muito mais interconectado do que há alguns anos ou décadas. Essa conectividade, por sua vez, traz uma série de benefícios para os países, suas economias e, consequentemente, para suas empresas. Contudo, junto com as oportunidades, vêm também desafios aos quais as empresas devem estar atentas, sendo um deles o risco cambial.
À primeira vista, pode parecer estranho preocupar-se com o câmbio em seu negócio, pois o pensamento inicial é: "Ora, eu moro no Brasil, minha empresa está no Brasil, assim como meus funcionários, etc. Por que devo me preocupar com a oscilação cambial?" No entanto, aí reside um erro grave de análise conjuntural. O câmbio (devido à conectividade atual) afeta o país e os negócios de forma direta ou indireta – seja por meio de preços, juros, endividamento, entre outros.
Dessa forma, esse é um tópico de grande relevância para o conhecimento geral e, para isso, é necessário entender como mitigar e controlar seus impactos.
O risco cambial nada mais é do que o impacto da relação entre a moeda local de um país e a de outro na economia de um modo geral. Portanto, esse risco deve ser levado em consideração tanto por importadores quanto por exportadores ou por qualquer empresa que tenha determinada exposição em moeda estrangeira.
Além disso, o risco cambial é um fator que pode trazer grandes consequências para empresas que não o considerem em suas projeções. Por exemplo, uma empresa que faz captação em dólar via Lei 4.131, mas, por qualquer motivo, prefere ficar exposta à variação cambial. Se, no momento do vencimento dessa dívida, o câmbio estiver 10% maior, o impacto no fluxo de caixa da empresa será enorme.
Você pode estar se perguntando, neste momento: quais são os principais fatores que podem influenciar essas flutuações? Aqui, entra uma série de variáveis, sendo algumas delas: fatores políticos, econômicos, guerras, mercados, entre outros. Um índice interessante que mede a relação do dólar com uma série de moedas fortes, a fim de avaliar sua oscilação em relação a um conjunto de moedas fortes, é o DXY (dollar index). Esse índice é um importante indicador do mercado global desenvolvido, sendo o pilar desse mercado o dólar – vide gráfico abaixo para uma melhor compreensão.
Ainda sobre a volatilidade da moeda, para oferecer um panorama do Brasil em comparação a uma moeda forte como o Euro, conforme o gráfico abaixo, pode-se observar que o real é 2,2 vezes mais volátil do que uma moeda mais estável, como a da União Europeia.
Se olharmos para a gestão do controle cambial do ponto de vista histórico, podemos perceber que décadas atrás, por exemplo, o seu controle era muito mais desafiador do que atualmente. Isso se deve ao fato de que, hoje, contamos com computadores avançados e sistemas que nos ajudam a monitorar oscilações bruscas.
Atualmente, existem algumas tecnologias que auxiliam as empresas nesse controle, sendo elas:
Bank Relationship Management (BRM):
Este novo conceito de plataforma de gestão do relacionamento entre uma empresa e uma instituição financeira visa principalmente diminuir as assimetrias de informações, linguagem e instrumentos de análise do ponto de vista das empresas. Além disso, esse sistema apresenta níveis de controle de derivativos, endividamento, crédito, comunicação, entre outros, em um patamar que antes não era explorado. Ademais, esta plataforma pode auxiliar na gestão financeira da empresa em um ambiente de alta volatilidade, como, por exemplo, a alta oscilação cambial no Brasil, conforme os gráficos abaixo.
Sistemas de tesouraria que ajudam a implementar políticas de execução automática e a controlar diversas posições cambiais em tempo real.
Dados são a nova moeda de troca. Sem dados, não é possível criar modelos de análise para estruturas complexas, como o câmbio. O uso de big data combinado a modelos preditivos pode gerar um valor enorme para a empresa.
A empresa que não utilizar IA em algum nível de aplicação ficará para trás em um ritmo muito acelerado. A IA aplicada à gestão de risco cambial já é uma realidade e sua aplicação já está amplamente disseminada.
É uma tarefa hercúlea listar todos os benefícios que a gestão cambial pode trazer para um negócio ou para a economia como um todo. Contudo, alguns benefícios são mais evidentes, como:
Decisão embasada: no estilo bayesiano, quanto mais dados são considerados para formar uma decisão com base em fatos e evidências, maior a precisão das decisões;
Otimização de custos: ao controlar a exposição cambial, a empresa pode reduzir significativamente seus custos financeiros;
Alocação de recursos: ao proteger melhor os ativos por meio da gestão do risco cambial, a empresa terá a prerrogativa de alocar o saldo positivo (Capex) em outras áreas da operação.
O cenário futuro da gestão do risco cambial tende a ser cada vez mais direcionado pelo avanço tecnológico, especialmente com o advento da inteligência artificial em larga escala. Dessa forma, a automatização dos controles, combinada com modelos de análise preditiva, impactará positivamente a maneira como as empresas gerenciam seus riscos e exposições cambiais.
Além disso, essas novas ferramentas, sistemas e modelos irão transformar a forma como as empresas trabalham e gerenciam seus riscos. Assim, uma nova maneira de se comunicar com o mercado financeiro está surgindo, e por isso, encorajamos as empresas a embarcarem nesse movimento.
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